Sobre

A psicanálise que pratico é viva, próxima e situada. Ela nasce da escuta verdadeira e do compromisso com o cuidado. Não é neutra, não é elitista, e não se fecha em muros teóricos. É uma psicanálise que caminha pela quebrada, entra nas casas, acolhe dores reais e reconhece a potência de cada sujeito.

Me inspiro profundamente no pensamento de Donald Winnicott, um autor que compreendeu como poucos a importância do ambiente e da presença no desenvolvimento psíquico. Para ele, “a saúde consiste em ser verdadeiro”, e é isso que busco: ajudar cada pessoa a encontrar sua verdade e poder habitá-la com dignidade e afeto.

Winnicott também nos lembra que “não existe bebê sem ambiente” — e eu completo: não existe clínica sem vínculo. Assim como ele falava do “ambiente suficientemente bom”, penso meu trabalho como um espaço suficientemente acolhedor para que o paciente possa existir, errar, reconstruir, sentir e se refazer.

Na psicanálise periférica que construo com amor, a escuta é instrumento de resistência. Escutar é um ato político. É dizer: “eu estou aqui por você, com você e para você.”

E como dizia Winnicott, “é no brincar, e talvez apenas no brincar, que o indivíduo pode ser criativo e usar toda a sua personalidade.” No meu consultório, brincar pode ser chorar, desabafar, rir, ou apenas existir em silêncio. Tudo isso também é cura.

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